sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NÃO É UMA OPINIÃO UNICA G12

Doutrinas e práticas preocupantes relacionadas ao G12
Uma palavra de alerta:
Bispo José Ildo Swartele de Mello

Primeiramente, gostaria de ressaltar minha admiração por várias características do sistema G12, tais como: sua ênfase em células ou grupos pequenos para discipulado e evangelização, algo bíblico e wesleyano; seu ensino de que a principal tarefa do pastor consiste no treinamento e formação de novos líderes; sua ênfase no sacerdócio universal de todos os crentes, ressaltando que todos têm a missão de fazer discípulos; seu ardor evangelístico; sua preocupação com a questão da santidade de vida, crescimento espiritual, procurando conduzir o cristão à uma vida de oração mais intensa e profunda. É bom também que se diga que as preocupações alistadas abaixo são de caráter genérico, ou seja, estão geralmente relacionadas ao G12, portanto, não necessariamente se aplicam, na íntegra, a cada uma das igrejas que tem adotado o modelo. Por amor a Cristo e a Sua Igreja, recomendo o exame criterioso de cada um dos pontos de preocupação a fim de que se evitem os erros e sejam aproveitados apenas o que é bom de acordo com os padrões das Santas Escrituras.
César Castelhanos Dominguez, em seu livro “Sonhas e Ganharás o Mundo” (Ed. Palavra da Fé), afirma que o Senhor apareceu a ele, designando-o como um iluminado e enviado especial de Deus para o governo dos 12. Quais seriam as preensões de Castelhanos? O G12 é apenas um método de discipulado e crescimento da igreja ou é “O Método”, é apenas mais um sistema estrutural ou seria bem mais do que isto? Reivindicações desta natureza são preocupantes e precisam ser examinadas com muito cuidado à luz das Escrituras Sagradas. Pois, quantos não foram os falsos profetas e hereges que se levantaram com reivindicações semelhantes no decorrer da história da Igreja? A Bíblia nos ensina a ser cautelosos e criteriosos como os bereanos que examinavam o próprio ensino do Apóstolo Paulo para ver se estavam de acordo com as Escrituras (At 17.10-11). Somos exortados a julgar as profecias (1Co 14.29-33) e a provar os espíritos conforme o ensino de 1 João 4:1 “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” Em Ap 2.2, Jesus elogia os cristãos que puseram à prova aqueles que reivindicavam autoridade divina e que se diziam ser apóstolos.
Discordamos da ênfase que o G12, no geral, dá a experiência pessoal e mística, em detrimento da Bíblia. Nossas experiências devem ser analisadas à luz da Bíblia e não o contrário (2Tm 3.16-17).
O G12, G3, G100, os "grupos de ECO", entre outros métodos constituem todos modelos humanos, sendo falíveis. E nenhum deles deve reivindicar o status de revelação final ou método perfeito e definitivo. Concordamos com a importância das células ou grupos pequenos para edificação e crescimento da igreja. Mas é bom observar que o livro de Atos dá testemunho de que a igreja primitiva funcionava de modo pendular, no templo e nas casas. Uma igreja “com” células é mais inclusiva e abrangente, fazendo mais jus à diversidade de dons e ministérios que devem existir na igreja, revelando-se, assim, mais vantajosa do que uma igreja “em” células. O metodismo primitivo nos dá um bom exemplo do bom uso do ministério de células, que eram denominadas classes, combinado com uma variedade de outros ministérios, demonstrando que eles não precisam ser excludentes.
Discordamos da ênfase demasiada nos métodos e numa estrutura pragmática que deve de ser seguida à risca, quando sabemos que Deus não unge métodos, mas pessoas. Por que sacramentar, dando tanto valor a um método em particular, quando a Bíblia não enfatiza a questão de métodos? A visão e a missão não são o método, mas sim a mensagem, como bem afirma o “Manifesto de Santidade”: “O zelo e a energia das igrejas têm sido empregados na busca incessante por um método melhor, uma moda passageira, uma visão mais recente e melhor para desencadear o crescimento. Nesse processo para descobrir um método mágico para termos igrejas vibrantes, saudáveis e crescentes, nosso povo tornou-se altamente ineficaz e cativo de um cristianismo genérico que resultou em congregações que não se distinguem da cultura que as circundam. As igrejas precisam de uma mensagem autêntica e clara que substituirá o “santo graal” de métodos como o foco de nossa missão. Nossa mensagem é nossa missão! Além do mais temos sido inundados por líderes que se tornaram prisioneiros de uma mentalidade de sucesso numérico e influência programática. Eles se tornaram tão preocupados sobre “como” eles administram a igreja que negligenciaram um aspecto mais importante de “o que” a igreja declara. Nós inundamos o “mercado” com esforços metodológicos para fazer a igreja crescer. Neste processo, nossos líderes perderam a capacidade de liderar. Eles não conseguem liderar porque não tem nenhuma mensagem autêntica para transmitir, nem uma visão autêntica de Deus, nem uma compreensão transformadora da alteridade de Deus. Eles sabem disto e desejam encontrar o poder centralizador de uma mensagem que faça a diferença. Mais que nunca desejam banhar-se em uma profunda compreensão do chamado de Deus pela santidade - vida transformada. Estão cansados de confiarem em métodos. Querem uma missão. Querem uma mensagem!”
Por que adotar o modelo como um pacote fechado tanto no método tanto quanto no que diz respeito ao material, o que inclui revistas de estudos com doutrinárias bastante questionáveis? Por que não fazer como exorta o Apóstolo “Examinai tudo; retende o que é bom?” Não é papel de um bom líder tentar reproduzir na íntegra um determinado método ou modelo. Até os animais são capazes de reproduzir modelos por mimetismo, mas só um verdadeiro líder é capaz de avaliar todas as coisas, discernir e contextualizar.
Nenhuma espécie de método deve ser adotado pela igreja por imposição do pastor. Devemos tomar muito cuidado para não produzir divisão, amargura e prejuízo à paz no Corpo de Cristo. Se for de Deus, a visão não só será do Pastor, mas há de ser comunicada à igreja como comunidade do povo de Deus.
Forma centralizadora de poder. Não podemos nos esquecer dos princípios bíblicos sustentados pela Reforma a respeito do sacerdócio universal dos crentes, de livre exame da Bíblia e, portanto, de livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo. Por esta razão, questionamos a forma piramidal e não democrática de poder, o que favorece o autoritarismo, o que vai contra o espírito democrático de nossa denominação e contra o Livro de Disciplina que estabelece a participação da Assembléia para eleição periódica da diretoria da igreja. Não cabe ao pastor escolher os seus doze, que lideraram com ele, mas sim à Assembléia da Igreja com a participação democrática de cada membro. Também não reconhecemos aqueles que se denominam apóstolos, querendo com isto dizer que estão mais próximos de Deus do que os "meros" crentes, sejam eles pastores ou leigos, alegando possuírem também a mesma autoridade dos apóstolos do Novo Testamento. Lutero e os reformadores lutaram tanto contra os conceitos relativos a figura e ministério do Papa, e, para nossa surpresa, vemos a mesma idéia ressurgindo no seio Evangélico. O mundo dá voltas e a história se repete. Também questionamos a necessidade de estar debaixo da cobertura espiritual de alguém que pertence à outra denominação. Se o movimento é bíblico, por que parece que alguns estão se assenhoreando dele? Por que se denominam apóstolos? E por que estabeleceram um modelo piramidal, quase papal, com centralização de poder? Não existe aí o estabelecimento das bases para o surgimento de uma nova denominação? Para reforçar ainda mais este argumento contra este modelo autoritário do G12, vemos também o registro no Livro de Atos, que os 7 (e não 12) Diáconos não foram escolhidos pelo pastor ou pelos apóstolos, mas foram eleitos por toda a comunidade (At 6.5)!
Sacralização do número 12, como se fora paradigma para o novo modelo de grupos. Quanto ao número 12, por exemplo, não há registro bíblico de que cada apóstolo tenha preparado doze discípulos, e estimulado estes a discipular mais doze. Nem há registro de as igrejas dos primeiros séculos da história cristã haverem criado grupos de 12 pessoas. O Livro de Atos registra que o número de Diáconos eleitos eram 7 e não 12 (At 6.5). Os diáconos foram escolhidos pelo pastor ou pelos apóstolos, mas foram eleitos por toda a comunidade!
O crescimento numérico não deve ser encarado como único critério para avaliação de uma igreja abençoada por Deus. É muito importante examinar também se as doutrinas e as práticas estão de acordo com os ensinos bíblicos.
Participação (no Encontro) como fonte única de autoridade crítica. A supervalorização do “encontro” para um Peniel (face a face com Deus) acaba menosprezando as experiências anteriores. A Bíblia não fala de Peniel como o único modelo de encontro com Deus. Há uma diversidade de formas e nenhuma delas deve exercer a primazia.
Emoção humana, como evidência incontestável da presença do Espírito Santo.
Evidências de manipulação psicológica e espiritual, especialmente, no Encontro, que é parte essencial do Movimento G12, não restando aos dele participantes as condições e o tempo necessários à reflexão crítica, à atitude bereana.
Teologia da Prosperidade ;
Quebra de MALDIÇÃO HEREDITÁRIA para crentes
Práticas de regressão psicológica;
Ensino e prática da chamada "nova unção";
Misticismo: “Baseando-se em visões” (Cl 2) - Assim como os gnósticos, não estão jogando o cristianismo fora, mas estão acrescentando uma “nova espiritualidade”: “Nova unção”. Uma espiritualidade que vai além de Cristo. Superespiritualidade, elitismo espiritual em busca de status.
Prática do sopro espiritual;
Ensino do batismo do Espírito Santo tendo línguas como evidência; Veja os estudos sobre dons espirituais clicando nos links de estudo abaixo relacionados.
Prática do segredo. Tal prática não tem apoio bíblico e parece ter sido inspirada em sociedades secretas.
Urros e palavras de ordem nos cultos (Reivindicação, restituição...).
Rejeitamos práticas judaizantes ou israelismos, que parecem confundir o povo de Deus com o Estado de Israel. Por que fazer uso da bandeira de Israel em detrimento de outras bandeiras se Jesus é o Rei de todas as Nações e não faz acepção de pessoas? Por que usar outros símbolos de Israel e promover a celebração de festas e datas especiais judaicas como que num retorno a religião do Antigo Testamento se estamos no Novo Testamento onde Cristo é a plenitude e o centro de nossa vida?
Ensinos sobre Batalha Espiritual e Espíritos Territoriais que fogem ao padrão bíblico.

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